Para falar sobre como surgiu o Design System da Blip, vamos começar dando um pouco do histórico da empresa.
A Blip sempre foi inovadora. Ela surgiu em Minas Gerais, em 1999, como Take.net e foi a primeira empresa de internet móvel do Brasil. Com a popularização dos telefones móveis, a empresa se tornou líder brasileira em venda de ringtones (millennials se identificam). O toque mais vendido? O famoso Sou a Barbie Girl (Barbie Girl) – Kelly Key.
Alguns anos depois, surge a plataforma Blip, ferramenta que possibilita a construção de contatos inteligentes para empresas de todos os tamanhos se comunicarem com os seus clientes. Em 2022, a empresa adquiriu a Stilingue, aliando as melhores soluções conversacionais ao pioneirismo da inteligência artificial focada na gestão da experiência do cliente.
A partir de junho deste ano, a empresa passa a se chamar Blip e possui um dos maiores times de tecnologia e design do mercado, com mais de 100 designers e 32 squads para desenvolver soluções inovadoras e também para otimizar a plataforma.
E com todo esse crescimento exponencial, fica a pergunta: como garantir que nossos clientes percebam a consistência da marca Blip em todos os nossos produtos?
É aqui que entra o Design System:
Padronizar as criações e fazer com que tudo caminhe para a mesma identidade, padrões de interação e comunicação: para isso desenvolvemos o Design System da Blip.
Assim como em outras empresas, o Design System da Blip surgiu após as primeiras versões do produto serem lançadas e por isso ele ainda está sendo implementado aos poucos, principalmente em momentos de atualização da interface ou criação de novos fluxos.
Hoje, nosso time de Visual & Interaction conta com designers, desenvolvedores e UX designers dedicados na manutenção e desenvolvimento de novos componentes para o do Design System. E como não se faz experiência sem conteúdo, temos também um time sensacional de UX Writing que contribui com tudo, desde a criação de padrões de conteúdo para os componentes, até as comunicações do próprio Design System.
Linda história, mas e o nome?
Com o crescimento dos times e diretrizes da diretoria da Blip, entendemos que o Design System deve atender a novos produtos dentro do ecossistema, incluindo aqueles criados por parceiros, times de inovação, pesquisa e desenvolvimento.
Mais do que nunca, nosso Design System passa a desempenhar o papel de ser um produto que guia a criação de outros produtos, por isso nos questionamos sobre a importância do seu nome expressar essa relevância e impacto. A exemplo de outros Design Systems de empresas do mercado de tecnologia que possuem a mesma estratégia, como Material Design da Google ou Human Interface Guidelines da Apple, decidimos que era hoje do Design System da Blip ter um nome próprio e não necessariamente vinculado ao nome da empresa.
O processo
Para iniciarmos essa nomenclatura contamos com o apoio de UX Writing. O time já havia criado um material chamado Toolkit de Naming que nos ajudou muito nesse desenvolvimento. Ele possui diretrizes para todos os estágios do processo, seja quando você não faz ideia do que vai nomear, até quando já tem um nome definido, mas precisa validar esse nome. Com o apoio desse material, conseguimos começar sozinhos e envolvemos UX Writing quando já tínhamos um norte.
Então reunimos o time e começamos o benchmarking, descobrimos que muitos outros Design Systems possuem nomes específicos e brilhantemente pensados de acordo com o propósito do design e negócio onde ele é aplicado (aproveitamos para compartilhar esse site muito legal: Design Systems Brasileiros).
Alguns utilizam de trocadilhos, de características do negócio ou até mesmo homenagens, nós optamos principalmente por conceitos de produtos e histórico de negócio, mas, surgiram ideias relacionadas a jogo de palavras, cores, espaço sideral, robótica e até mesmo animais e insetos. Brainstorming é sobre isso haha!
Chegando em uma definição
Para o nosso processo de naming priorizamos critérios relacionados ao que é um Design System e ao coração da Blip: o fator comunicação. Como empresa, nós acreditamos muito que tudo acontece a partir de um diálogo. Desde um olá, uma notificação ou um balão de mensagem como é o logo da empresa hoje.
Outro ponto muito interessante da comunicação é que, além do inglês e português, o minerês está presente em quase todos os diálogos internos da empresa. Mesmo hoje com times em todo o Brasil e até no México, escutamos e falamos com muito orgulho: “Esse trem“, “Uai, sô“, “opa, bão?“, “tô garrado” e o “talicoisa” (esse é o jeito mineirês de ser e todo mundo está acostumado por aqui)!
Definido o escopo, ficou claro que o nome tinha que se relacionar com Design System, Blip e Comunicação. Mas, graças ao Toolkit de Naming, observamos também outros fatores:
- O nome é inclusivo e acessível?
- Com a atuação global da Blip, como o nome fica?
- A fonética do nome é favorável?
- O conceito do nome é mutável?
Enfim, temos um nome!
Pensamos em muita coisa dentro desse escopo, dentre elas quero destacar o TREM. Quase escolhemos esse nome devido à ideia de compartimento e partes, além de ter a presença do mineirês, porém olhando para outros critérios mencionados acima esse nome não funcionaria tão bem. Além de que no mineirês, “trem” pode significar algo que não é entendido ou não aprovado.
Como o nome não estava aderente ao nosso propósito, buscamos algo que fosse relacionado à user interface, então alguém do time fala… UI (User Interface)! Que tem a mesma sonoridade de UAI (sim, aquela interjeição mineira!)… Nesse exato momento, chegamos a uma conclusão: UAI Design System.
Conceito do novo nome
UAI Design System ou User Adaptive Interface Design System simboliza nosso escopo como Design System e Blip das seguintes maneiras:
Comunicação: Lendo em português temos a interjeição “uái” que segundo o dicionário:
1. Exprime admiração, surpresa ou espanto.
2. Exprime um reforço do que foi dito anteriormente, para contrariar a dúvida ou afirmação do interlocutor.
“uai”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/uai [consultado em 23-08-2022].
Visão Global: O nome expressa o orgulho de uma empresa brasileira, criada em Minas Gerais, que está expandindo para o mundo. Além disso, por não estar vinculado à marca Blip, abrange a visão de que pode ser usado por outros produtos do nosso ecossistema.
Siglas:
UI – User Interface. Esse é o nome da especialidade de projeta soluções em interfaces digitais e também está muito relacionada com User Experience (UX).
AI – Artificial Intelligence. A inteligência artificial é hoje a base dos produtos Blip.
E a sigla mais importante:
UAI – User Adaptive Interface. Traduzido como interface de usuário adaptativa, muito pensando na versatilidade que foi pensada no nosso Design System, que pode ser utilizado para qualquer produto dentro do ecossistema Blip, utilizando com base princípios de UI, UX e AI.
Quer saber como apresentamos o novo nome para o time? Confira este vídeo:
Impacto do Design System
A criação de um novo nome marcou uma nova era para o DS na empresa. Ele trouxe outras perspectivas para o time responsável pelo seu desenvolvimento, incluindo a mudança do nome do rito bimestral sobre atualizações que fazemos para todos os designers.
O processo de naming ajudou o time a ver o potencial e o valor de uma ferramenta que é essencial para o desenvolvimento de produtos e para criar padrões de interface. Além disso, o novo nome trouxe o Design System para pautas de tecnologia e dos C-levels da Blip, mostrando o quanto esse é um produto estratégico para a empresa.