Hoje em dia se fala muito sobre agilidade. Métodos abertos, frameworks mais prescritivos, Scrum, Kanban, Safe, XP, ASD e outros inúmeros nomes e siglas compõem um mosaico de informações que podem às vezes confundir, mais do que ajudar. Por isso, vamos focar no Agile Methodology
Mas, um time pode ser ágil mesmo sem toda essa sopa de letras e nomes? Sim, nesse texto listamos os 3 princípios que consideramos essenciais para um time ter agilidade. Quer conferir quais são? Basta continuar com a leitura!
Agile Methodology #1: entrega antecipada e contínua de valor
Muito cuidado ao ler isso. Não é sobre realizar a entrega de um produto completo rapidamente, mas entregar valor com qualidade, e em uma boa cadência.
Um time ágil deve realizar entregas com valor em ciclos curtos, pois facilita o contato constante com os stakeholders, o ciclo de aprendizado do produto, a adaptação à mudanças que podem ocorrer. Evitando, assim, os desperdícios de funcionalidade.
Quem conhece um pouco do modelo tradicional, lembra que a equipe de stakeholders geralmente passava todo o escopo. Por outro lado, a equipe de desenvolvimento ia para o seu cantinho desenvolver todo o sistema, e depois de 9 meses você via o resultado.
Brincadeiras à parte, o contato com os stakeholders geralmente tinha o objetivo de status report. Era um contato no final do projeto, no qual realizava-se a entrega do sistema que, por mudanças que acontecem, não tinha mais utilização.
E para evitarmos esses desperdícios, é essencial entregar primeiro as funcionalidades mais importantes. Dessa forma, o cliente final já começar a enxergar o valor no produto que está em desenvolvimento.
Quando eu entrego o que realmente importa, consigo publicá-lo antes mesmo da finalização do produto, o que nos permite aprender rapidamente e se adaptar para entregar ainda mais valor nos ciclos seguintes.
Se você quer um time ágil, se adapte para entregar antecipadamente, e se adapte a mudanças.
Agile Methodology #2: auto-organização
Em um time auto-organizado, cada um faz o que quer e não existe mais gestão. Essa é talvez a primeira coisa que geralmente vem à cabeça de uma pessoa que está matutando sobre a auto-organização. Nada poderia ser mais distante da realidade.
Auto-organização é um dos caminhos para um time de excelência, de alta performance. Equipes ágeis precisam de autonomia para tomadas de decisão, precisam de uma comunicação efetiva e precisam de objetivo.
A auto-organização pressupõe que os membros de um time, em conjunto, devem decidir a melhor forma de realizar seu trabalho. As tarefas não devem ser atribuídas pelos gestores; os próprios membros do time devem ser capazes de verificar e puxar o trabalho pendente. Atingindo, assim, um nível de comprometimento muito maior com o produto.
A comunicação e a confiança são chaves nesse processo. Toda organização do trabalho deve ser feita pelo grupo. Claro, tudo deve ser feito dentro dos limites das organizações e sempre com objetivos muito bem definidos.
E os gestores, onde entram nessa história? Os gestores são de suma importância nesse processo. São esses que, junto aos times, definem as prioridades, definem o objetivo, o que deve ser feito, mas não a forma de fazer.
Gestores conectados com seus times dão liberdade e confiança suficiente para a equipe definir seu trabalho, encontrar soluções para os problemas, gerenciar suas atividades e, com isso, realizar entregas consistentes de valor.
Se tornar auto-organizado é, sem dúvida alguma, um desafio. Com esse desafio vem grandes recompensas, como equipes mais motivadas e alinhadas, comunicação eficiente e confiança, trabalho em equipe em alto nível e um time de excelência.
Agile Methodology #3: kaizen (melhoria contínua)
Kaizen significa mudança para melhor, uma busca contínua pela melhoria.
Um time ágil deve pensar em como pode melhorar, seja para entregar um produto melhor, com mais qualidade e valor, ou para ser mais eficiente. Realizar melhorias é um processo de inspeção e adaptação constante, no qual devemos olhar para o que se faz e como se faz, para discutir o que melhorar.
Como disse William Thomson: “Não se pode melhorar aquilo que não se pode medir”, então a dica aqui é dar visibilidade de como o trabalho está sendo realizado, e qual o impacto que ele causa.
Existem formas como métricas de eficiência, qualidade, métricas culturais e de produto. Tenha cuidado com essas métricas, pois a ideia não é buscar uma meta para elas, e sim verificar como podemos evoluir a partir do que enxergamos.
Ainda assim, só apresentar métricas não garante a evolução de nada, então é importante realizar reuniões para conversar sobre o trabalho, e verificar o que foi bom, o que poderia melhorar, e como evoluir constantemente.
Ressaltamos aqui que não falamos em métodos, nem frameworks e nem ferramentas.
Se um time está comprometido com entrega antecipada de valor com loop rápido de feedback, se há uma auto-organização para realizar o trabalho da melhor forma e um olhar para o próprio processo buscando melhorias e eficiência, com certeza estamos diante de um time ágil!
Todo o resto são ferramentas que nos possibilitam gerir esse processo da forma mais eficiente possível. O que tratamos aqui na verdade é de mindset.
Gostou de conhecer um pouco mais sobre os 3 fundamentos do Agile Methodology? Aproveite para descobrir como a Take desenvolveu uma auto-organização para fazer uma operação de home office!
Esse texto foi escrito por Philipe Ratton e Gabriel Campos, Agilistas da Take.